Explorar as magníficas gravuras do século XIX, como as meticulosamente desenhadas por Sisson, é uma jornada fascinante pela beleza intrínseca e pela riqueza de detalhes que caracterizam a era dourada da litografia.
Trata-se de um processo de impressão inventado em 1796 por Alois Senefelder (1771–1834), dramaturgo da Bavária que procurava um meio econômico de imprimir suas obras.
A invenção da litografia revolucionou os meios artísticos do século XIX. A possibilidade de reprodução de imagens possibilitou que um maior número de pessoas pudesse ter acesso as criações.
Na imprensa, fez com que a informação, acompanhada de linguagem visual, se tornasse mais completa em conteúdo e forma. Este momento é hoje conhecido como “a era da reprodutibilidade técnica”.
A litografia é um processo de impressão, cuja a imagem é executada sobre uma pedra calcária porosa: a pedra litográfica.
A pedra pode também, ser substituída por uma placa de metal: zinco (zincografia) ou alumínio (algrafia). O filme “Goya’s Ghosts” demonstra lindamente este processo.
O processo de impressão baseia-se no fenômeno de repulsão entre as substâncias graxas e a água. A impressão é feita através de um desenho executado sobre a matriz com um material gorduroso (o lápis litográfico) sendo a pedra ou a chapa molhada e em seguida entintada com uma tinta graxa que adere somente ao desenho. O papel umedecido é aplicado sobre a matriz e pressionado com uma prensa especial, para fazer a impressão final.
Sisson aprendeu o ofício com Rose-Joseph Lemercier, dono de uma oficina de impressão litográfica inaugurada em 1826 considerada uma das melhores em Paris.
Lemercier era conhecido pelos novos processos e inovações técnicas que ele havia desenvolvido, incluindo um método de aspersão de lápis litográfico em pó sobre uma pedra quente para então, trabalhar com um pincel ou um carimbo a fim de obter tons delicados para céu e água.
Os impressores alemães lideraram a litografia em cores e o impressor francês Godefroy Engelmann patenteou um processo chamado cromolitografia em 1837. A cromolitografia foi a mais importante técnica de impressão em cores até o surgimento da impressão offset.
Sisson executou com maestria a cromolitografia em seu “Álbum do Rio de Janeiro Modeno”, um conjunto de 12 belíssimas gravuras coloridas produzidas em sua oficina litográfica no Rio de Janeiro.
Cada traço delicadamente executado nesta forma de arte cativante revela não apenas a maestria do artista, mas também oferece uma janela para os tempos passados, transmitindo narrativas vívidas e emocionantes que continuam a encantar e inspirar os apreciadores de arte em todo o mundo.