O que define um herói militar?
É a disposição de encarar a morte iminente, de se lançar de corpo e alma em meio às sombras e à dor em defesa da pátria, da nação. Requer uma coragem indômita, um compromisso inabalável e uma dedicação absoluta.
Augusto Maria Sisson, primeiro filho do artista Sébastien Sisson, é indubitavelmente um herói. Durante a Revolução Federalista, o então Capitão Sisson voluntariou-se para proteger a incipiente República Brasileira, liderada por Floriano Peixoto e ameaçada pelos Maragatos, os insurgentes da Revolução Federalista no Rio Grande do Sul.
Foi na cidade da Lapa, no Paraná, em 1894, que ocorreu o sangrento embate conhecido como o “Cerco da Lapa”. Nesse episódio, cerca de 600 militares, juntamente com civis voluntários sob o comando do Coronel Gomes Carneiro, resistiram por quatro semanas ao ataque de aproximadamente 3 mil homens armados, permitindo que Floriano Peixoto reorganizasse suas forças e impedisse que os rebeldes avançassem em direção ao Rio de Janeiro.
Sisson desempenhou um papel crucial no Cerco da Lapa, comandando a artilharia. Testemunhou a queda de muitos de seus bravos companheiros e, por fim, assumiu pessoalmente o controle do canhão para deter o avanço dos Maragatos, que não apenas buscavam seus ideais, mas também semear o caos na cidade.
Foram 26 dias de uma resistência incansável. Após a morte do valente General Gomes Carneiro, que até o último suspiro clamou pela resistência, o cerco chegou ao fim. Sem recursos médicos ou suprimentos, os republicanos se renderam, alcançando o objetivo de atrasar o avanço das tropas federalistas em direção à capital.
A cidade da Lapa e seus heróis entraram para a história. Os restos mortais desses guerreiros, incluindo os do General Sisson, repousam no Panteon dos Heróis, um dos símbolos da cidade.
Em 3 de dezembro de 2015 ocorreu na cidade uma solenidade de reabertura do Panteon, que foi revitalizado, e a reinauguração do “Espaço Cultural General Sisson”, criado para preservar a memória de Augusto Maria Sisson.
O Instituto Sébastien Sisson, representando a família, teve uma participação ativa e emocionante na cerimônia. Foram momentos marcantes e inesquecíveis.
O “ Espaço Cultural General Sisson”, sob os cuidados do 15º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado (15º GAC AP), historicamente designado Grupo General Sisson, apresenta em seu acervo uma pintura de Sisson e a bandeira com o brasão do Grupo.
Para encerrar o evento, Bárbara Ferreira, diretora do Instituto Sébastien Sisson, concedeu uma entrevista ao apresentador Tony Renato Antunes, do Jornal Legendária da Rádio Legendária, falando sobre a pesquisa genealógica da família e a fundação do Instituto.
Um agradecimento especial ao Tenente-Coronel Benetti e ao Tenente Lino, que receberam os membros da família com grande cordialidade neste importante evento.